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Economia

Indústria do Paraná recupera espaço nas exportações

Sexta-feira, 10 de junho de 2016


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Depois de sofrer nos últimos anos com o câmbio desfavorável para as exportações, a indústria do Paraná, puxada pelo setor automotivo, vem recuperando espaço no mercado externo em 2016, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). 

Nos primeiros cinco meses de 2016, as exportações de automóveis do Paraná cresceram 116,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, de US$ 103,7 milhões para US$ 224,2 milhões. As vendas externas de veículos de carga, principalmente caminhões, subiram 231,8%, de US$ 26,3 milhões para US$ 87,4 milhões. As encomendas de partes de motores para veículos subiram 44,9%, passando de US$ 37 milhões para US$ 48,3 milhões. As vendas de tratores, por sua vez, cresceram 34,5%, com evolução de US$ 53,9 milhões para US$ 72,5 milhões.

“A indústria, especialmente a automotiva, vem aproveitando o dólar favorável para retomar exportações e compensar a queda nas vendas no mercado interno”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor presidente do Ipardes.

CONTRIBUIÇÃO - As vendas da indústria puxaram o resultado geral das exportações do Paraná nos primeiros cinco meses do ano, que passaram de US$ 5,6 bilhões de janeiro a maio de 2015, para US$ 6,4 bilhões no mesmo período de 2016 – alta de 13%. 

O desempenho das exportações do Paraná foi em direção contrária da registrada pelo Brasil. Em termos nacionais, as exportações brasileiras tiveram queda de 1,6%. De janeiro a maio de 2016 totalizaram US$ 73,5 bilhões, contra US$ 74,7 bilhões em igual período do ano passado.

MAIS PRODUTOS- Os automóveis ocupam a quinta posição entre os produtos mais exportados pelo Paraná, atrás de soja em grão, carne de frango, farelo de soja e papel. 

Mas outros setores industriais também estão se destacando nas exportações, como torneiras e válvulas, cujas vendas somaram US$ 75,4 milhões, 366,9% mais do que no mesmo período do ano passado (US$ 16,4 milhões). As encomendas de máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos diversos tiveram alta de 30,3%, de US$ 37 milhões para US$ 48,2 milhões.

ARGENTINA - A combinação câmbio favorável e retomada das encomendas da Argentina impulsiona as exportações das montadoras paranaenses, explica o presidente do Ipardes. Desde que Maurício Macri assumiu a presidência no país vizinho, no ano passado, uma das principais alterações foi a queda de barreiras para a entrada de automóveis no país. A Argentina é o principal destino dos automóveis produzidos no Estado. 

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Retomada beneficia polo automotivo

da RMC, que gera 40 mil empregos 

A retomada das exportações do setor automotivo beneficia principalmente a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), que sedia o polo automotivo do Estado. Montadoras como Renault, Volkswagen, Audi e Volvo investiram em ampliação de produção e de geração de empregos nos últimos anos, em projetos apoiados pelo Governo do Estado por meio do programa estadual de incentivos Paraná Competitivo. Mas, com a crise econômica, sentiram a pisada no freio da economia brasileira com a queda nas vendas no mercado interno. 

“A recuperação do mercado externo tem um impacto importante do ponto de vista social, porque a cadeia do setor automotivo gera 40 mil empregos somente na RMC”, lembra Suzuki Júnior. Para atender encomendas no exterior, a Renault, por exemplo, já anunciou a contratação de 500 funcionários temporários.

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Embarques de automóveis crescem

em ritmo acima da média brasileira

As exportações paranaenses de automóveis crescem em ritmo bem acima da média brasileira. Nos primeiros cinco meses de 2016, os embarques de automóveis avançaram 56,3%, para US$ 1,77 bilhão no País. Desse total, 13% foram exportados pelo Paraná. 

A previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é de um crescimento de 21,5% nas exportações de automóveis pelo Brasil em 2016.

PRODUÇÃO – As exportações devem a ajudar a indústria a compensar a queda na produção provocada pela queda nas vendas internas. De acordo com dados divulgados na última quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria paranaense acumula uma queda de 8,4% na produção em relação a igual período do ano passado. Ainda assim, o recuo é menor do que no Brasil, que registrou queda de 10,5%.

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Agronegócio também registra

bom desempenho

A soja em grão, principal produto de exportação do Estado, também registrou bons resultados, com alta de 48,7% nas receitas nos primeiros cinco meses do ano. Impulsionada pelas cotações acima das médias históricas, as vendas totalizaram US$ 1,81 bilhão – 28,4% das receitas de exportação paranaense no período. As vendas de frango in natura tiveram crescimento de 4,3%, para US$ 827,4 milhões. O produto é o segundo mais importante na pauta de exportações do Estado, com 13% de participação.

Fonte: AEN - Agência de Notícias

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