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Economia

Rendimento dos idosos do Paraná tem maior expansão do Sul e Sudeste

Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016


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A população acima de 60 anos no Paraná viu o seu rendimento médio real habitual crescer 11,6% acima da inflação no último ano. É o que revelam os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) trimestral, do IBGE, compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). 

A renda mensal dessa faixa etária passou de R$ 2.277 no terceiro trimestre de 2014 para R$ 2.542 no mesmo período do ano passado (último dado disponível). Conforme a pesquisa, o rendimento médio também é o maior do Sul: em Santa Catarina é de R$ 2.308 e no Rio Grande do Sul, de R$ 2.294. 

No Sul e no Sudeste, o Paraná foi o que teve a maior expansão de renda entre os idosos, comportamento que também contrastou com o que o ocorreu em termos nacionais. No Brasil, o rendimento médio dos idosos encolheu em 1,28% em termos reais (já descontada a inflação) na mesma base de comparação. Passou de R$ 2.342 para R$ 2.312.

A secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, afirma que o Governo do Paraná faz um trabalho de reinserção da pessoa idosa no mercado de trabalho, como parte das ações de promoção e proteção que constam no Plano Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Paraná, lançado em 2014. 

Os idosos são um grupo prioritário para as ações de intermediação de mão de obra desenvolvidas nas 220 agências do Trabalhador no Estado. 

“Para esta reinserção buscamos privilegiar suas habilidades e competências, garantindo sua permanência no mercado de trabalho. Com isso, é possível melhorar a qualidade de vida, aumentar a autoestima e fortalecer o sentimento de capacidade e produtividade”, diz Fernanda. 

De acordo com a projeção do IBGE, 8,52% da população paranaense, estimada em 11,1 milhões de pessoas, tem mais de 65 anos. A previsão é que essa população responda, em 2030, por 15,13% da população total no Estado. 

DESEMPREGO MENOR - O aumento da renda dos idosos coincide com taxas mais baixas de desemprego para essa faixa da população. Os dados da PNAD mostram que a desocupação para pessoas com mais de 60 anos estava, no terceiro trimestre de 2015, em 1,8%. A média geral no Estado foi de 6,1% no período. 

“Os dados revelam que mais pessoas idosas estão empregadas e que a procura por essa mão de obra vem também influenciando o rendimento”, diz Julio Suzuki Júnior, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). 

Uma combinação de fatores ajuda a explicar esse movimento. Do lado da pessoa idosa, há o desejo de se manter mais ativo, ocupar o tempo e aumentar os rendimentos. Por outro lado, as empresas buscam a estabilidade, comprometimento e a experiência, que são características da população dessa faixa etária. 

“A rotatividade no emprego entre as pessoas idosas é menor, ao contrário do que ocorre com os jovens, que ainda estão buscando um rumo para a carreira e sua consolidação no mercado e por isso trocam mais de emprego”, diz Suzuki Júnior.

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EMPRESAS TÊM PREFERÊNCIA PELO PÚBLICO IDOSO

Com cerca de mil e duzentos atendimentos diários, a Agência do Trabalhador de Curitiba, tem se destacado com, no mínimo, 30 atendimentos diários para pessoas com mais de 60 anos de idade. De acordo com o gerente Rafael dos Santos, para atender a população mais idosa, a agência distribui senhas preferenciais. Dos 30 atendimentos diários, 70% são encaminhados para entrevista e processo de seleção.

As ofertas de emprego, no entanto, não possuem limitador, ou seja, as vagas oferecidas podem ser preenchidas por pessoas de 16 ou 18 anos até 99 anos de idade. “Eles podem concorrer a qualquer uma delas”, garante Rafael e acrescenta. Não existem vagas específicas para o público de mais idade, o que acontece são preferências, por parte das empresas que desejam abrir espaço para o publico idoso trabalhar com elas. Nesse caso, há uma observação na oferta para que seja dada prioridade a pessoas com mais de 60 anos de idade ou aposentados. “Cada vez mais eles querem estar no mercado de trabalho e a aceitação tem sido excelente”, afirma Rafael que trabalha na agência desde 1999.

NA ATIVA - Luiz Carlos Flores tem 65 anos, é aposentado e foi à Agência do Trabalhador em busca de uma oportunidade. Com curso superior e diversas experiências na área de contabilidade, Luiz recebe aposentadoria, mas acha o valor insuficiente, por isso deseja trabalhar para ter um adicional no final do mês. “Vim em busca de uma nova colocação no mercado de trabalho por necessidade financeira. Não consegui nada na minha área e estou buscando uma oportunidade em um supermercado como repositor ou caixa para ter um adicional de renda”, relata Luiz que além do dinheirinho a mais, deseja se manter ativo.

Outro caso é de Dair Ramos dos Santos, de 62 anos de idade. Ele não possui curso superior, mas já trabalhou em diversas áreas como vigilante, controlador de acesso e porteiro. Nesse momento, Dair não recebe aposentadoria e precisa trabalhar. Foi até a agência em busca de uma oportunidade. “Estou otimista, sei que vou conseguir uma vaga. Já fui obeso e fiz uma cirurgia, hoje eu tenho saúde boa e posso trabalhar”, contou. 

Marcos Henrique Ribeiro, 68, é há dez meses funcionário da rede de supermercado Condor e exerce a função de operador de caixa. “Foi bem fácil achar trabalho, eu vim aqui no Condor, perguntei no RH, fiz um curso e já voltei no dia seguinte para trabalhar. Eu gosto e me sinto bem, é legal trabalhar com o público”, descreve Marcos e acrescenta. “Eu trabalho por vontade e não por necessidade. Eu nunca trabalhei de empregado para ninguém, sempre por conta própria. Quando eu parei, tive que encontrar algo para não ficar parado”. 

Fonte: AEN - Agência Estadual de Notícias

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