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Segurança

Polícia Civil já fez mil retratos falados pelo sistema Horus

Segunda-feira, 29 de outubro de 2018


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A Polícia Civil do Paraná alcançou neste mês de outubro a marca de mil retratos falados confeccionados pelo sistema Horus, implantado em 2010 e que utiliza composições fotográficas e artísticas disponibilizadas por um banco de dados próprio da Polícia Federal.

Com oito anos de funcionamento, o setor de retrato falado foi criado para auxiliar na resolução de crimes, tendo grande participação na elucidação de casos de estupro, homicídio, roubo e estelionatos, quando não é possível identificar o suspeito por outros meios.

Casos elucidados através do retrato falado não faltam. Em 2013, por exemplo, uma tentativa de assalto mal sucedida contra o ex-prefeito de Curitiba, Saul Raiz, terminou com a prisão de Felipe Rodrigues, que na época tinha 22 anos, graças a um retrato falado feito por testemunhas. Segundo pessoas que presenciaram a cena, o rapaz atirou duas vezes contra o ex-prefeito, que conseguiu fugir e ser socorrido momentos depois. O retrato falado do acusado fez com que a polícia chegasse até ele, que foi preso por tentativa de homicídio.

RECONSTRUIR IMAGENS - Pelo sistema Horus, a partir de escolhas de caracteres distintivos de faces, que possibilita reconstruir imagens de agressores ou autores de delitos graves, a polícia pode desenvolver as feições de suspeitos, promovendo a identificação parcial e não absoluta da pessoa procurada.

Além da tecnologia, o trabalho envolve outras vertentes, como o atendimento individualizado e especializado às vítimas e testemunhas. De acordo com o Chefe do Setor de Representação Facial Humana do Instituto de Identificação, Eduardo Helm Junior, a vítima é recebida em uma sala onde é explicado como o trabalho é feito, mostrando que ela não precisa descrever o suspeito e sim, achar um rosto semelhante no banco de dados.

“Na sequência ela escolhe os olhos, o nariz e a boca, então tudo é editado com o auxílio de um software gráfico, com as modificações que ela sugerir. Tenta-se, com sutileza, extrair o máximo de detalhes anatômicos para enriquecer o resultado. A lembrança de cicatrizes, manchas, pintas, odores, cacoetes, roupas e acessórios vão ajudar muito na individualização do criminoso e fazem parte do conjunto do retrato falado”, explica Helm Júnior.

ATENDIMENTO DIFERENCIADO - Tendo consciência da possível situação de fragilidade da vítima, especialistas proporcionam um atendimento diferenciado para cada indivíduo. Vale ressaltar a larga experiência em lidar com as mais variadas situações e tentar conseguir estabelecer uma relação concisa e completa, sempre focando na precisão da imagem que auxiliará na investigação policial. As testemunhas são recebidas em uma sala própria, em horário previamente agendado por telefone.

No entanto, cabe a autoridade policial, judicial ou representante do Ministério Público solicitar que vítimas ou testemunhas façam o retrato falado. Isso porque, primeiramente, eles verificam se a pessoa conseguiu visualizar, de modo satisfatório, o suspeito e de fato possa contribuir com o processo investigatório.

Depois de finalizado o retrato, a vítima ou testemunha emite seu parecer quanto ao grau de semelhança do retrato falado com o suspeito. “Após a ilustração ser finalizada, informação textual como idade aparente, altura aproximada e compleição são encaminhadas imediatamente à delegacia solicitante. Por fim, é elaborado um relatório que contém, além da entrevista, todas as circunstâncias que levaram ao resultado final e que fará parte do inquérito policial”, finaliza Eduardo.

SERVIÇO - Caso alguém seja testemunha de um crime, visualize bem a face do suspeito e queira colaborar, pode procurar a Polícia Civil ou diretamente a delegacia que está responsável pelo caso. A pessoa será encaminhada para a confecção do retrato falado e sua identidade será preservado.

Fonte: AEN - PR

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